Somente Sergio Moro para transformar o Jornal Nacional em palanque do Lula.
Parece haver pouca ou nenhuma dúvida de que a condução sob vara do ex-presidente Lula foi um erro do juiz Moro.
Uma desnecessária demonstração de força, uma irresponsabilidade dada a possibilidade de gerar tumultos, uma tentativa de gerar comoção social. Não houve quem a defendesse.
As consequências eram óbvias, transformar automaticamente Lula em vítima e dar consistência à alegação de que a Lava Jato se transformou em uma operação não-republicana que visa tão somente prender Lula. Perseguição política.
E isso não é pouco no imaginário popular.
Foi um erro de Moro.
Colocou a militância petista na rua com uma causa nobre a defender e tornou desde já qualquer futura ação que tome contra Lula em um anti-clímax.
Moro é vaidoso e petulante. Após a saída do José Cardozo do Ministério da Justiça, atribuída a Lula e do questionamento de sua competência junto ao STF para investigar o ex-presidente, Moro quis mostrar quem está no comando – ele.
Isso? Se, então.
Tudo que conseguiu foi desrespeitar a Ministra Rosa Weber.
Ocioso, quem neste país não sabe que Moro manda mais que Weber? Coloca-lhe inclusive palavras na boca, nos autos e na biografia:
“Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”.
Quanto a Lula, Moro mostrou-se um ingênuo.
Quando assisti o Jornal Nacional abrir longos minutos para Lula apresentar sua defesa indignada, pensei: só Moro para transformar o Jornal Nacional em palanque do Lula.
Moro conseguiu mais do que isso. Matou uma das melhores pautas que a imprensa de oposição tinha em mãos. A “delação premiada” do Delcídio.
Quem ainda se lembra da bombástica IstoÉ do longínquo anteontem?
“Revelações do senador à força-tarefa da Lava Jato, obtidas por ISTOÉ, complicam de vez a situação da presidente Dilma e comprometem Lula”.
Não que houvesse consistência nas declarações de Delcídio, nem consistência nem credibilidade. Mas, tampouco, consistência e credibilidade, têm sido atributos valorizados pela mídia de oposição quando dos ataques aos governos petistas.
E novamente, na esteira do affair “Moro prendeu o Lula”, longos minutos no Jornal Nacional para Dilma apresentar sua versão dos fatos.
Era uma grande pauta que vai custar muito esforço levantá-la novamente.
E assim, graças a Moro, a semana que tinha tudo para ser o início do “fim do projeto do PT” termina com coxinhas aplaudindo a Lava Jato. Nenhuma novidade, foi o desagravo possível ao Jornal Nacional providenciar a Moro.
Que não haja dúvida, em São Bernardo, na sacada de um apartamento, um senhor baixinho e barbudo, ex-sindicalista também o aplaudiu.
PS: esta Oficina apoia o Movimento Golpe Nunca Mais.
Sérgio, que o pouco de discernimento que ainda resta ao país seja tocado pelas palavras de seu Líder e que compreendam o que querem nos arrancar a fórceps. Obrigada por me representar tão bem. Aqui, ali, acolá, viu.
Abraço compnheiro
De um dia triste e que se prenunciava tenebroso descortinou-se um emocionante renascer. Foi bonito ver a afirmação da dignidade e da verdade mostrando-se livre, desperta e vivaz. Deu-me esperança. Estancou o sombrio sentimento de que tudo havia se perdido por obra dos que aviltam e oprimem. Para coroar, prenunciando dias mais esperançosos, a tua palavra. Sempre firme, sem destempero. Há ainda, infelizmente, um longo caminho de perdas, danos e desastre à frente como prognostica esta LJ. Destruição deixada também na estrada já percorrida. Mas hoje respiro. O que é um avanço. Belo post Sergio. É sempre um prazer ler você. Bom fim de semana.
PS: Quando te sobrar tempo, venha tomar um café. Mesmo que silente, será uma alegria te receber na minha casa.